O conceito darwiniano da evolução das espécies pressupõe que um estímulo contínuo por tempo prolongado o suficiente pode modificar as características de uma espécie ao longo dos séculos. Isto também inclui mudanças em nosso cérebro.

O que é menos conhecido é como nossas atividades diárias individuais afetam nosso cérebro e, portanto, nosso comportamento. Existe uma tendência em pensarmos que nosso cérebro é estático, que não se modifica e não se regenera depois de adulto, mas não é bem assim.

As síndromes de estresse crônico e de esgotamento são epifenômenos da nossa sociedade moderna. Até há pouco tempo, nosso conhecimento sobre seu efeito no cérebro era limitado. Hoje, nós sabemos que elas induzem, em pouco tempo, alterações anatômicas em nosso cérebro, especialmente dentro do sistema límbico que comanda as emoções (aumento de uma estrutura chamada “amígdala”) e do sistema de planejamento (diminuição das conexões do córtex pré-frontal). Estas alterações anatômicas estão intimamente relacionadas às alterações de comportamento e na capacidade de planejamento e execução vistos no estresse crônico esgotamento.

A boa notícia é que já se comprovou, em animais e em seres humanos, que tais alterações são reversíveis desde que o estímulo cesse. Astronautas com mais de 6 meses no espaço também tem alterações cerebrais específicas. Vamos ter que nos acostumar com o fato de que o que fazemos impacta diretamente em nosso cérebro.

Artigo produzido por Dr. Arthur Cukiert e veiculado no site Veja Online. Matéria original disponível aqui.

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